IGREJA PRESBITERIANA INDEPENDENTE DE PENDÊNCIAS


Monday, July 02, 2012

Sermão: Mas Fazer O Quê?



Romanos 13.11-14

Temos vivido tempos difíceis na igreja, foi uma frase dita pelo presbítero Ricardo na reunião do conselho desta última sexta-feira.

Infelizmente características da sociedade pós-moderna tem influenciado demais a vida da igreja cristã. Vivemos um tempo chamado pelo psiquiatra Roberto Shinyashiki de “crise do parecer”, ou seja, as pessoas parecem que são ou que têm alguma coisa, mesmo não tendo nada ou não sendo nada daquilo que pretendem apresentar.

Outra característica é a relativização da verdade. Hoje as pessoas já não aceitam uma verdade absoluta, e sim várias verdade, sendo o cristianismo apenas mais uma dessas verdades.

Vivemos tempos de superficialidade no conhecimento e nos relacionamentos que tem gerado pseudo-cristãos, ou seja, pessoas que aderem a igreja como quem entra em um grupo de autoajuda, sem passarem por uma conversão genuína.

Vivemos uma crise de ética tão acentuada que não conseguimos mais distinguir o bom cidadão do bandido. Não temos uma visão clara do que é certo e do que é errado e isso tem entrado de forma assustadora dentro da igreja contemporânea ao ponto da sensualidade ter se tornado até mesmo estratégia de evangelismo.

O hedonismo, a busca desenfreada pelo prazer como fim de todas as coisas, tornou-se triunfante em nossos dias. Isso tem levando a uma grave crise de comunhão e a cultura do materialismo tem feito com que a igreja perca a dimensão da eternidade, muitos crentes vivem apenas em busca da satisfação de suas necessidades materiais.

Isso tudo só para falar de algumas características da pós-modernidade que tem transformado a igreja. A igreja não tem conseguido influenciar positivamente a sociedade, ao contrário parece estar se aculturando, se amoldando a este século para poder sobreviver.

Isso tudo me fez lembrar o refrão de uma musica gospel que diz exatamente o seguinte:

Mas fazer o quê? Mas fazer o quê? Tem tanta coisa errada. Mas fazer o quê? Mas fazer o quê? Tanta história mal contada. Mas fazer o quê? Mas fazer o quê? Parece até piada. Mas fazer o quê?

Vejamos o que Paulo nos diz para fazer em Romanos 13.11-14:

“Façam isso, compreendendo o tempo em que vivemos.
Chegou a hora de vocês despertarem do sono,
porque agora a nossa salvação está mais próxima do que quando cremos.
A noite está quase acabando; o dia logo vem.
Portanto, deixemos de lado as obras das trevas e vistamo-nos a armadura da luz.
Comportemo-nos com decência, como quem age à luz do dia, não em orgias e bebedeiras, não em imoralidade sexual e depravação, não em desavença e inveja.
Pelo contrário, revistam-se do Senhor Jesus Cristo,
e não fiquem premeditando como satisfazer os desejos da carne.”

Mas fazer o quê? Mas fazer o quê? DESCRUZAR OS BRAÇOS, SÓ PRA COMEÇAR.

Essa é a primeira atitude que devemos tomar: descruzar os braços. Nas palavras de Paulo: Chegou a hora de vocês despertarem do sono. É preciso acordar, sair de nossa apatia, começar a fazer diferença, começar a fazer a obra de Deus e não ficar como se tivesse tempo de sobra. Como tanto falamos no retiro é preciso olhar e ver que os campos estão brancos, pegar a foice e ir trabalhar e não apenas ficar pensando que só daqui a quatro meses que devemos trabalhar.
Temos que entender que apatia é doença espiritual. Somos chamados por Paulo a despertar!
É tão triste ver irmãos, sentado e quietos em seus lugares, suas zonas de conforto, muitas vezes apenas reclamando no cantinho com o vizinho, criticando o jeito das coisas serem feitas. Fazendo cara feia diante das situações, mas sem fazer nada para mudar ou melhorar.
Tem tanta coisa pra fazer, tanta coisa rever e tanta coisa recomeçar. Não dá mais pra ficar apenas esperando. É muito difícil de ver muitos irmãos apenas fingir que não vê, irmãos que tem tudo pra fazer, que têm tanto pra mudar, tanto pra contribuir, pra fazer diferença. Você pode diferença! Mas não existe forma mágica para fazer a diferença. A resposta para fazer a diferença é Jesus.
Chegou a hora de despertarmos do sono. É hora de agir, de descruzar os braços e trabalhar. É preciso conhecer o tempo em que vivemos e compreender que cada fato desses é prova que mais perto está a volta de Cristo e precisamos portanto estar prontos para esse momento como Jesus mesmo nos alerta em Mateus 24.42-44:

"Portanto, vigiem, porque vocês não sabem em que dia virá o seu Senhor.
Mas entendam isto: se o dono da casa soubesse a que hora da noite o ladrão viria, ele ficaria de guarda e não deixaria que a sua casa fosse arrombada.
Assim, também vocês precisam estar preparados, porque o Filho do homem virá numa hora em que vocês menos esperam.
Em Marcos 13.36 encontramos as palavras de Jesus dizendo: “Se ele vier de repente, que não nos encontre dormindo.” Portanto irmãos, despertemos de nossa apatia espiritual, de nossa preguiça, deixemos de lado os falatórios e as queixas inúteis e passemos a trabalhar, entendendo que o tempo que em vivemos é difícil e que portanto precisamos empenhar todo o nosso esforço para que não nos amoldemos aos padrões deste século, pelo contrário, para que possamos influenciar positivamente este mundo. 

Mas fazer o quê? Mas fazer o quê? BÍBLIA SAGRADA NA MENTE

A segunda coisa que precisamos fazer é ter a Bíblia Sagradas na mente. “A noite está quase acabando; o dia logo vem. Portanto, deixemos de lado as obras das trevas e vistamo-nos a armadura da luz. Comportemo-nos com decência...” continua Paulo nos versículos 12 e 13 do texto que lemos no início. É assim que o crente deve andar, deixando de lado as obras das trevas e comportando-se com decência, tendo constantemente a Bíblia Sagrada como padrão para o nosso comportamento e não os padres deste mundo tenebroso.
É preciso viver o evangelho puro, ter coragem de coragem de pagar pra ver, de muitas vezes dar a cara pra bater, oferecendo-se em sacrifício vivo.
É triste ver como achamos normal, por exemplo, ver as criancinha com a sainha bem curtinha, ou dançando músicas sensuais e ninguém fala nada. Muitas vezes não dizemos nada porque pega mal. E depois achamos ruim quando os jovens se prostituem ou se drogam.
É preciso começar a viver a viver o evangelho de verdade e para de contar história.
O crente agora inventou de querer entrar na moda, na verdade até é moda virar crente. Assim não dá! E ainda tem gente que se pergunta se já se converteu, e fica admirando ali, achando bonitinho. Só prova que tem gente que não tá enxergando nem o evangelho verdadeiro. O evangelho virou música barata, basta colocar o nome de Jesus na letra, que todo mundo acha uma gracinha.
A Bíblia diz que não sai da mesma fonte o doce e o amargo. Tá na hora de acabar com essa confusão miserável. É uma missão que rebaixa o nosso Deus e nos humilha.
Somos chamados por Paulo começar a fazer, evangelho puro, cheio de amor, doa a quem doer. Somos chamados a nos comportar como quem age a luz do dia.

Mas fazer o quê? Mas fazer o quê? JESUS NO CORAÇÃO

A terceira coisa que podemos aprender com Paulo neste texto é ter Jesus no coração.
“Pelo contrário, revistam-se do Senhor Jesus Cristo, e não fiquem premeditando como satisfazer os desejos da carne”, diz o Apóstolo no verso 14. Como já dissemos anteriormente, a única maneira de fazermos realmente diferença neste mundo é sermos verdadeiros cristão.
“Sem mim vocês não podem fazer nada” diz Jesus em João 15.5.
Pode até ser simplista demais, mas o papel de todo cristão no mundo em todas as épocas e hoje principalmente a simplesmente SER CRISTÃO! Mas ser cristão de verdade! Ser cristão é ser pequenos Cristos e isso faz toda a diferença nas nossas vidas e no mundo.
O pedido de Paulo é  que nos revistamos do Senhor Jesus Cristo, isso quer dizer que precisamos demostrar por fora, no nosso exterior a mudança que aconteceu no nosso interior. Precisamos nos vestir de Jesus. Ter o nosso coração completamente cheio dele ao ponto de transbordar para o nosso exterior de forma a sermos reconhecidos como cristão em todos os momentos e em todos os lugares onde estejamos.

Ser cristão é ter a experiência de Cristo. Nascer de novo. Esse é ponto crucial. Ninguém pode oferecer o que não tem, portanto precisamos ser transformados por Cristo se quisermos transformar o mundo. Foi o impacto de Cristo em suas vidas que fizeram homens e mulheres de Deus realizar grandes feios que marcaram a história da humanidade. Foi assim com os apóstolos e com os reformadores que conseguiram mudar a sociedade de suas épocas de maneira grandiosa.
Ser Cristão é amar a Cristo sobre todas as coisas. Para impactar a sociedade, preci­samos amar Cristo com amor ardente, a ponto de dizermos como Paulo: "E não somente essas coisas, mas considero tudo uma completa perda, comparado com aquilo que tem muito mais valor, isto é, conhecer completamenmte Cristo Jesus, o meu Senhor. Eu joguei tudo fora como se fosse lixo a fim de poder ganhar a Cristo e estar unido com ele" (Fl 3.8-9). Esta paixão, este ardor, este desprendimento de todas as coisas (antídoto contra o materialismo), esta primazia de Cristo em nossa vida influencia naturalmente as pessoas.
Ser cristão é ter a vida de Cristo. O que corrobora e traz autoridade ao cris­tão é a vida pautada e dirigida por Cris­to, pois Ele nos chamou para santificação (separação por e para Deus). A graça de Deus nos faz mor­rer para o pecado e nos transforma se­gundo a "imagem de Cristo", proporci­onando-nos uma vida de retidão que irá impactar positivamente nossa socieda­de. Ter a vida de Cristo é andar junto a Cristo, regozijar-se com Ele, chorar com Ele, conversar com Ele, ouvi-lo, ser aconselhado por Ele, estar sempre junto dele e não apenas nos domingos, quando publicamente demonstramos uma "fé fervorosa", cuja duração não é capaz de exceder muito tempo após o término do culto.
Ser cristão é amar como Cristo amou. A Bíblia nos diz que Jesus "sempre havia amado os seus que estavam neste mundo e os amou até o fim" (Jo 13.1). Se o amor que a igreja vive não for maior que o amor encontrado no mundo, que impacto ela causará na sociedade? Não é à toa que Pedro exorta: "Amem uns aos outros com todas as forças e com um coração puro" (1Pe 1.22). O nosso amor precisa ser "com todas as forças" e ardente, ou seja, precisamos amar in­tensivamente, extensivamente e constanteniente. Ousamos dizer que, se a igre­ja não for um lugar onde se encontre o amor, ela poderá fechar as suas portas porque não tem razão para existir! Ela será apenas como um sino que faz baru­lho (1Co 13.1). Esse amor ardente afasta a superficialidade dos relacionamentos e restabelece a verdadeira comunhão.
Isso é que é revestir-se do Senhor Jesus.

Mas fazer o quê? Mas fazer o quê? Tem tanta coisa errada. Mas fazer o quê? Mas fazer o quê? Tanta história mal contada. Mas fazer o quê? Mas fazer o quê? Parece até piada. Mas fazer o quê?

Não existem dúvidas de que nossa socie­dade vive um novo tempo e que aigrja precisa despertar para enfrentar esse tempo quer ameaça a nossa fé.
Tá na hora de se unir e se amar. Tá na hora de quebrar as barreiras. Se concentrar no evangelho, no que não se discute, não ficar brigando, reclamando murmurando por besteira.
Igreja, tá na hora de largar a mamadeira, esquecer o leite que insistimos em beber de Deus, deixar pra lá o mingau e começar a comer feijoada espiritual. Alimento forte e sólido para hora da batalha. Tá na hora de vestir a armadura da luz e equipar-se artilharia pesada de amor.
O tempo é hoje, a hora é agora e você, e nós não podemos fica de fora!

Mas fazer o quê? Mas fazer o quê? Tem tanta coisa errada. Mas fazer o quê? Mas fazer o quê? Tanta história mal contada. Mas fazer o quê? Mas fazer o quê? Parece até piada. Mas fazer o quê?

O que temos que fazer é viver Romanos 12.1-2:

Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês.
Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. 

Que Deus possa nos ajudar a viver essa verdade necessária em nossas vidas em nome de Jesus. Amém!

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