IGREJA PRESBITERIANA INDEPENDENTE DE PENDÊNCIAS
Wednesday, December 16, 2009
A IGREJA EVANGÉLICA É LEGITIMADORA DA CORRUPÇÃO
Em primeiro lugar, a Igreja Evangélica Brasileira é legitimadora da corrupção porque não a denuncia. Não concebe que deva encarnar a função profética, relega ao segundo plano as questões sócio-políticas, e não se manifesta sobre aquela que é a maior manifestação do mal nas terras brasileiras: a corrupção. Não há denúncia.
Em segundo lugar, a Igreja Evangélica Brasileira é legitimadora da corrupção porque sua ação social substitui a ação do Estado, não denuncia a situação e não exige que o Poder Público desempenhe suas obrigações. Se por um breve momento a Igreja Evangélica Brasileira deixasse de realizar suas ações de assistência social, o País se tornaria um caos, imediatamente. A distribuição da renda, consubstanciada na distribuição de cestas básicas e demais ações similares, a recuperação e inserção social, consubstanciadas nos trabalhos das inúmeras casas de recuperação, a promoção do ensino, por intermédio de milhares de escolas confessionais, o cuidado com a criança, realizado por creches e pela própria Escola Dominical, tudo isso, são funções do Estado negligente que não as realiza. Na medida em que a Igreja Evangélica faz tudo isso – e jamais deve deixar de fazer – sem a devida e obrigatória participação do Estado, e não denuncia a gravidade do fato, está sendo cúmplice de governantes e parlamentares criminosos, que utilizam em benefício próprio os recursos que deveriam ser destinados a essas atividades.
Em terceiro lugar, a Igreja Evangélica Brasileira é legitimadora da corrupção porque se associa ao Poder Público sem a crítica adequada. Seus líderes sobem nos palanques políticos, impõem as mãos sobre as cabeças de gente cujo pensamento está voltado apenas para seus próprios interesses e para o crime, dá e recebe condecorações de e para gente sem a menor credencial ética para isso, cede os púlpitos a bandidos, enfim, associa-se a gente que deveria estar presa, mas que usufrui da liberdade que o seu poder lhes permite adquirir. Aqueles que deveriam ser alvo de denúncia e profetismo por parte da Igreja são seus grandes amigos e aliados.
Em quarto lugar, a Igreja Evangélica Brasileira é legitimadora da corrupção porque não desenvolve ações consistentes de combate à corrupção. E nem poderia ser diferente, visto que ela nem mesmo a denuncia. Enfrentar esse mal é obrigação, mas nada faz a respeito.
Em quinto lugar, a Igreja Evangélica Brasileira é legitimadora da corrupção porque a pratica desavergonhadamente.
À denúncia acima pronunciada segue-se, necessariamente, a proposta de ação.
1. Para denunciar a corrupção nos púlpitos, e perante a nação, obrigação inadiável da Igreja Evangélica Brasileira, é necessário colocar ordem dentro de casa: transparência das contas. Igrejas precisam publicar seus balancetes e prestar contas do que fazem com os dinheiros de seus membros, se quiserem ter credibilidade e autoridade para profetizar contra o mau uso dos recursos pelo Poder Público. Os líderes de igreja não podem submeter-se apenas à prestação de contas – inevitável e certa – diante de Deus. Precisam entender o momento em que o País se encontra e dar o exemplo. Transparência, eis a exigência.
2. A Igreja não pode deixar de fazer ação social, mas tem que cobrar a ação do Governo, o emprego das verbas públicas nos programas sociais e as ações que promovam a distribuição de renda. Precisa-se, antes de mais nada, de informações acerca de todo o esforço que a Igreja Evangélica Brasileira está fazendo para amenizar a situação de dificuldade em que vive grande parte da nação. O Governo tem que conhecer a enorme dimensão dessas ações, e seu alcance. Trabalho que dá credibilidade para cobrar do Governo que faça a sua parte, em particular impedindo que o dinheiro público seja desviado para atender a interesses privados. A Igreja não pode substituir a ação do Estado, como ocorre hoje; esse esforço tem que ser complementar. O Estado tem a obrigação de zelar por seus cidadãos, a Igreja, de amar o próximo. O trabalho da Igreja não exime o Estado de sua responsabilidade. No entanto, a última coisa que se deve pleitear é a parceria na qual as igrejas recebam mais verbas públicas para a realização de ações de cunho social. Há generosidade e recursos suficientes para contribuir com as obras das Igrejas. Não se rejeitam parcerias com o Poder Público, mas elas só podem se estabelecer fundamentadas em sólidos sistemas de controle e transparência. Em parceria com o Poder Público, a Igreja tem demonstrado que é engolida pelo mesmo mal que assola a Nação.
3. Não há outra possibilidade, nesse momento, senão o rompimento radical com as práticas que a Igreja Evangélica Brasileira tem adotado em relação aos seus representantes no Poder Executivo e no Poder Legislativo. Se eles querem ir às igrejas, ou se mesmo já são membros, que se assentem nos bancos e ouçam, em silêncio. Se quiserem conversar com esse povo sobre política, que se marquem reuniões específicas para isso, e que nunca se tratem tais assuntos em cultos. Não se pode mais chamá-los aos púlpitos e impor sobre eles as mãos, manipulando a compreensão dos membros. Se querem oração que recebam-na nos gabinetes, pois o Deus que ouve em secreto em secreto os responderá. Pastores não devem receber condecorações das mãos de criminosos travestidos de prefeitos e parlamentares, há que se ter o mínimo de decência e discernimento.
4. A Igreja precisa adentrar o espaço público aberto a ela e a toda a comunidade. Participar dos Conselhos Municipais de Políticas Públicas criados por lei para exercer o controle das ações públicas em áreas como a educação, a saúde e a assistência social, entre outras. Pastores devem incentivar seus membros a participar, promover treinamento para eles, e facilitar-lhes o acesso a estas instâncias de participação política. Fazendo isso, a Igreja estará garantindo a merenda escolar para seus próprios filhos – e demais crianças de suas cidades, o salário adequado para os professores, os recursos para as entidades de assistência social, os programas de enfrentamento de moléstias, o dinheiro para a farmácia básica, entre tantas outras possibilidades. A legislação brasileira tem criado esses conselhos, dos quais devem fazer parte representantes da sociedade civil organizada. Espaço absolutamente adequado para a ação consistente da entidade que mais faz ação social nesse País, a Igreja Evangélica Brasileira.
5. Quanto à participação na corrupção desenfreada nesse País, já conhecida há tanto tempo, e vergonhosamente evidenciada, por exemplo, na CPMI dos Sanguessugas, é necessário, em arrependimento e quebrantamento, pedir perdão. Pedir perdão a Deus e à Nação, pois esperava-se muito mais da Igreja Evangélica Brasileira.Sobre ela pesa duro juízo, por suas ações, por sua acomodação, por sua omissão cúmplice. Pois, ao invés de destruir as obras do diabo, tornou-se partícipe delas.
Henrique Moraes Ziller - membro da Igreja Metodista da Asa Sul, em Brasília – DF, é Auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da União e Presidente do Instituto de Fiscalização e Controle (www.adoteummunicipio.org.br).
Friday, November 13, 2009
INTIMIDADE COM DEUS E PROSPERIDADE FINANCEIRA
Jó 42. 1-6,10
Introdução.
A igreja cristã evangélica dos dias de hoje está dividida não só em diferentes denominações e doutrinas, mas está principalmente dividida em seu propósitos e anseio.
Por um lado existe um número de crentes que desejam em relacionamento íntimo com Deus. São aqueles que de forma moderada e extravagante busca está mais próximos de Deus, da Sua glória e do Seu poder. São aqueles que desejam ardentemente ver a face de Deus e serem usados pelo Seu poder, que oram em busca de dons e que anseio por presenciarem milagres e maravilhas. Mas também pedem a Deus conhecimento de Sua palavra, sabedoria e desejo de servi-lo. Que pedem e se deixam guiar por Deus. São movidos de um desejo sincero e legítimo e que são maduros o suficiente para não correrem atrás de ventos de doutrinas e modismos, como alerta Paulo. São aqueles que querem vislumbrar com seus próprios olhos o agir sobrenatural de Deus.
Outros têm características semelhantes, mas são extravagantes e desconhecedores do propósito de Deus para suas vidas. São aqueles que querem um Deus mágico que provoca calafrios e concede dons considerados especiais, como falar línguas espirituais, realizar curas divinas ou anunciar profecia sem ter o conhecimento necessário para saber como aplicá-los bem na obra do Senhor. Esses buscam maravilhas e são atraídos por promessas de que se forem a tal lugar e fizer tal coisa, Deus irá usá-lo de forma tremenda. Passam a acreditar que igreja A e melhor do que igreja B porque nesta os crentes fazem mais barulho ou expulsam demônio no meio do culto. São os que compram ilusão e se ufanam de serem mais santos e que usam os dons como sinal de superioridade.
Mas existe ainda um terceiro grupo: o daqueles que vão para igreja não por causa de Deus, nem do sacrifício de Cristo. Vão por causa da promessa de prosperidade financeira e bênção material. São atraídos por mercadores que oferecem Cristo como um vendedor de sonhos. São os que buscam em Cristo unicamente a cura de suas enfermidade e não um relacionamento íntimo fruto do agir de Deus em suas vidas e do convencimento pelo Espírito de que só com Jesus temos verdadeira vida. São aqueles que estão pela igreja por acreditarem que pagar certo valor os fará enriquecer e prosperar. Infelizmente esses são muitos. Enchem igrejas hoje, mas amanhã não voltam porque não receberam o milagre ou se deprimem pensando que não recebem a bênção porque não têm fé o suficiente ou não fizeram sacrifício suficiente, como disse o bispo.
Não sei qual o motivo de você vai à igreja, mas seja qual for eu vou apresentar a solução para os seus problemas. São três passos para você ver Deus face a face, ver o seu agir sobrenatural e ter seus bens e propriedades duas vezes mais do que tinha antes. Não é promessa minha ou “profetada” na sua vida. É a pura reflexão sobre o agir de Deus na vida de um dos homens mais conhecidos da bíblia.
(Leiamos o Livro de Jó, Capítulo 42, Versículos do 1 ao 6 e 10)
1º PASSO – VIVER COMO JÓ VIVEU.
A introdução do livro de Jó, no capítulo 1, versículos 1 ao 5 nos mostra como Jó viveu e foi em decorrência desse modo de viver que vários eventos ocorreram na vida de Jó até ele pudesse ver Deus face a face, ver o seu agir sobrenatural e ter seus bens e propriedades duas vezes mais do que tinha antes. E se nós queremos isso, precisamos aprender a viver como Jó viveu.
A bíblia nos diz que Jó era um homem integro e justo que temia a Deus e evitava fazer o mal. Em outras versões fala ainda que ele era reto. Fala ainda que a prática constante de Jó era fazer holocausto por seus filhos temendo que lá no íntimo eles tivessem pecado e amaldiçoado Deus. Jó era um exemplo para a sua sociedade, admirado pelos amigos, um pai zeloso e que agia como sacerdote em sua família.
Íntegro, reto, justo e temente a Deus esse era o perfil de Jó. No dicionário, essas palavras são sinônimas e se referem a características como a de ser perfeito, inatacável, completo, que segue sempre a mesma direção, imparcial, home virtuoso. Jó viveu como um homem virtuoso, que seguia a justiça e dedicava adoração ao Deus legítimo. Em linguagem corriqueira, Jó era um homem que não pecava. Tudo isso fazia de Jó um homem feliz e abençoado materialmente.
Esse deve ser nosso primeiro passo se desejamos ver Deus face a face e receber dele as suas bênçãos. Precisamos viver como Jó uma vida de integridade e justiça, de retidão e temos a Deus. Não adianta apenas freqüentar cultos religiosos ou fazermos caridade, temos que viver a intimidade e temor no Senhor; sermos sacerdotes em nossos lares; dedicar-nos constantemente a Deus, não para recebermos mais bênção. Mas para sermos gratos pelas que já recebemos e que a maior delas é a morte de Jesus numa cruz para nos salvar.
Temos que ser perfeitos diante dos olhos do Senhor e não desviarmos do nosso caminho. Precisamos nos apresentar santos e irrepreensíveis diante do Senhor. A palavra de Deus nos diz que sem santidade é impossível agradar a Deus. Como, pois, queremos ver Deus face a face se não nos tornar-nos santos e garantirmos acesso a Sua presença? A Bíblia também nos diz, através das palavras do Senhor Jesus, que sendo fiel nos pouco ele nos colocará sobre o muito. Como, pois, queremos o dobro de nossos bens se não conseguimos ser fieis a Ele no pouco que nos temos? Não adianta nos apresentarmos santos e bons diante da sociedade, sermos queridos e bem vistos na igreja se na nossa intimidade mentimos, fraudamos, julgamos mal, acusamos e etc.
Nosso caminhar perante o Senhor tem de ser reto. Seguir numa mesma direção é fundamental. Como queremos agradar a Deus se não conseguimos seguir por um mesmo caminho? Se somos levados por ventos de doutrina ou mudamos nossas convicções pelo que nossos amigos nos diz?
Precisamos temer ao Senhor acima de todas as coisas. Como é fácil às vezes não negarmos nosso Deus por palavras ou omissão quando enfrentamos situações em que defender o nome de Deus nos colocaria em posição difícil. É mais fácil pedir perdão a Deus por nossa falta de coragem do que resistir em defende-lo.
Temos que nos tornar inatacáveis com relação a nossa crença e fé. Isso significa viver tal forma o cristianismo que ninguém tenha nada a nos acusar no servir a Deus. Mas isso não significa que por mais justo e retos que vivamos não terá ninguém que nos acuse, pois mesmo Jó foi acusado.
O viver em integridade, santidade e retidão terá como prêmio deste mundo a acusação. Não uma acusação de nossas falhas como seguidores de Cristo, mas acusações mentirosas que nos tentarão derrubar e fraquejar. É como se o ataque do mundo refletisse a nossa santidade. Foi assim como Jó, atacado por Satanás por íntegro, irrepreensível e temente a Deus.
Viver como Jó viveu, primeiro passo rumo a ver Deus face a face, ver o seu agir sobrenatural e ter seus bens e propriedades duas vezes mais do que tinha antes.
2º PASSO – SOFRER COMO JÓ SOFREU.
Do versículo 13 do capítulo 1 ao final do capitulo 2 do livro de Jó, são narradas as provações de Jó. Acusado que foi por Satanás, Jó, mesmo sendo fiel, ver sua riqueza ser consumida por uma tragédia. Suas propriedades, empregados e familiares são brutalmente tirados de Jó numa seqüência terrível. Assassinato, roubos, tragédias naturais, acidentes deixam Jó desolado.
Metade disso faria qualquer um de nós entrar em tamanho desespero que nos faria desacreditar que Deus pudesse existir. Ainda mais sendo tão temente a Ele. Mas a reação de Jó foi rasgar as suas vestes, raspar sua cabeça e prostrar-se ao chão em adoração. Suas palavras não foram de revolta ou indignação, mas de louvor a Deus. na sua dor Jó disse: “nu sai do ventre da minha mãe e nu partirei. Oi Senhor deu, o Senhor levou; louvado seja o nome do senhor!”. Jó adorou a Deus, essa foi a sua atitude.
Mas não parou por ai. Ainda insatisfeito Satanás continuou atacando e numa segunda provação Jó é afligido por terríveis feridas que cobrem todo o seu corpo. E diante da acusação de sua mulher Jó responde: “Aceitaremos o bem dado por Deus e não o mal?”.
Sofrer como Jó sofreu é o segundo passo. Isso não significa que tenhamos que passar pelos mesmos sofrimentos dele, e sim reagir da mesma maneira diante dos sofrimentos e problemas. Se queremos ver Deus face a face, ver o seu agir sobrenatural e ter seus bens e propriedades duas vezes mais do que tinha antes é preciso saber sofrer como Jó sofreu. Apesar de todo sofrimento Jó não blasfemou contra Deus, Jó não se afastou de Deus, pelo contrário Jó se prostrou diante de Deus primeiro em adoração, depois questionando o seu infortúnio, mas nunca culpando. Com Jó era: na alegria adore, na tristeza adore mais.
Temos que aprender a sofrer como Jó. Quantas vezes nos por pequenas coisas nos afastamos da igreja ou achamos que Deus não está nem ai para nós. Sua indignação é com seu estado e não com Deus. Jó sabe que Deus é soberano e como tal Ele dá, Ele tira, se assim for a Sua vontade. Temos que aprender a aceitar o que Deus nos dá, seja bom ou ruim e louvá-lo por isso. Em tudo daí glória diz Sua Palavra. Tudo vem Dele, para Ele e por Ele diz as Escritura, portanto para ele seja toda a glória, inclusive a do sofrimento.
Jó debate com Deus na sua perspectiva humana e como nós fazemos muitas vezes, não conseguia compreender como um justo poderia estar naquela situação em que ele se encontrava enquanto os ímpios desfrutavam prosperidade e saúde.
É preciso saber que Deus tem um propósito em tudo o que ele faz. Que na sua infinita sabedoria Ele concede dons e talentos, alegrias e prosperidade, mas também dor e sofrimento, e que tudo isso tem um objetivo.
A Palavra de Deus nos ensina ainda, que não há mal algum que nos assalte que não possamos superar. Não a sofrimento nenhum qual não possamos superar, principalmente quando Deus está do nosso lado.nos momentos de maior angústia ele nos carrega nos braços.
Precisamos reconhecer a soberania de Deus como Jó reconheceu. Saber que em tudo o Senhor tem um propósito. Aprender aceitar o bem de Deus e o mal também. Afastar de nós todos aqueles que, como a mulher de Jó, na nossa maior dor e sofrimento nos aconselha a deixar nossa integridade, amaldiçoar Deus e morrer.
Se queremos ver Deus face a face, ver o seu agir sobrenatural e ter seus bens e propriedades duas vezes mais do que tinha antes é preciso aprender a sofrer como Jó sofreu, sem se afastar da retidão, da justiça, do amor e compaixão de Deus. É saber dar graças pela dor.
3º PASSO – CRER COMO JÓ CREU.
Na sua dor Jó recebe amigos que tentam consolá-lo. A maior parte do livro de Jó são os diálogos entre Jó e seus amigos. Nesses diálogos, Jó muitas vezes queixa-se com Deus sobre o seu estado de uma forma que escandalizava seus amigos. Mas enquanto estes falavam as coisas certas sobre Deus, Jó falava com Deus. Na sua angústia já coloca em Deus todas as suas dores, dúvidas e temores.
O terceiro passo para ver Deus face a face, ver o seu agir sobrenatural e ter seus bens e propriedades duas vezes mais do que tinha antes é crer como Jó creu.
Tiago em sua carta faz referencia a Jó como sendo um homem perseverante, paciente. Mas essa paciência não diz respeito à passividade de Jó, pelo contrário. Como já disse, Jó queixava-se com Deus, em alguns momentos parecia brigar por conta do seu estado. Encontramos um Jó indignado, mas não revoltado com Deus. Em suas constantes queixas Jó persevera na verdade de que ele não cometeu pecado contra Deus. Jó não consegue compreender o complexo propósito de Deus está além de suas ações ou omissões.
Jó, na sua luta com Deus, falando-Lhe abertamente sobre seus medos, dúvidas e dores, mostra como o seu relacionamento com Deus é vivo, ao contrario de seus amigos que são doutores na lei, mas vivem um fé morta e arrogante.
Jó no seu sofrimento não imputa a Deus culpa e não aceita a acusação de que está sofrendo por causa de seu pecado, pois ele sabe que é justo diante de Deus. Mas mesmo imaginando que Deus está irado com ele, ainda crê que Deus é justo e que proverá um Redentor.
Crer como Jó creu é saber que tudo o que acontece na nossa vida é vontade de Deus. Que nenhum de nossos cabelos cai sem que Deus saiba. É saber que a vontade do Senhor é soberana e perfeita e que no fim de tudo quem permanece do Seu lado será vitorioso.
Crer como Jó creu não é apenas ter conhecimento sobre a Palavra de Deus, é vive-la de fato e de verdade; crer como Jó creu é saber que mesmo no sofrimento Deus está agindo em nossas vidas, seja nos usando para algo maior ou nos preparando para algo especial.
Crer como Jó creu é não desesperar-se, mas buscar a face do Senhor com mais intensidade, prostrar-se diante dele e mesmo com os olhos cheios de lágrimas tentar ver as maravilhas que Deus criou; é, mesmo reclamando, queixando-se, brigando com Deus, colocar nele as angústias e temores.
Crer como Jó creu é por nele e somente nele toda a esperança. Não são os homens ou seu poder, suas posses ou riqueza, status ou influência que irão resolver nossos problemas; é clamar a Deus por justiça e não por dinheiro; é buscar nele o conforto mesmo estando no pó e na cinza; é esperar dele a vida, mesmo desejando morrer.
Crer como Jó creu é saber que acima de tudo Deus é Deus e não há outro alem Dele. E que Nele, somente Nele temos esperança, vida e redenção.
Conclusão.
Para finalizar, se você ainda não viu Deus face a face, não viu o seu agir sobrenatural e espera ter seus bens e propriedades duas vezes mais do que agora, olhe para o exemplo de Jó. Aprenda a viver como Jó viveu (em retidão e temor ao Senhor), a sofrer com Jó sofreu (adorando e prostrando-se diante do Senhor) e a crer como Jó creu (colocando no Senhor suas angústias e temores e esperando Nele sua redenção).
A história de Jó não parou no sofrimento. Jó, ao passar pelos três passos pode ver Deus face a face, ver o seu agir sobrenatural e ter seus bens e propriedades duas vezes mais do que tinha antes. Jó compreendeu que o Senhor, no Seu santo trono é soberano e recompensa aqueles que são fieis e que Lhe pertencem, apesar dos tempos de aperto e dor. Aprendemos com Jó que ele sofreu não porque era o pior dos homens, mas porque era um dos melhores.
A sua e aminha dor, irmão, não faz de nos pessoas piores ou menos importantes que aqueles que prosperam ou que manifestam dons espetaculares. Mas nossas dores e angústias fazem parte do agir de Deus na nossa vida. Importa saber que ele é soberano, que tudo está sob o seu controle e que nada faltará a aqueles que Lhe são fieis.
Mas se mesmo assim você ainda quer ter dons especiais ou prosperidade financeira sigas os três passos de Jó e veja que maravilhas Deus pode fazer na sua vida, pois assim foi com Jó e será com todos que se comportarem como ele. Pois a palavra de Deus é digna de confiança e fiel e não pode negar-se a se mesma.
Que Deus nos abençoe a todos e ajude a compreender o seu propósito em nossas vidas. Amem!
Thursday, October 01, 2009
Artigo - Melhorando o culto jovem
O Estandarte - Agosto 09
Rev. Daniel Dutra
Como pastor auxiliar da IPI Central de Cuiabá, MT, tenho desenvolvido um trabalho com jovens e adolescentes. Pretendo compartilhar algumas das experiências que tenho vivido, como uma forma de colaboração aos pastores e líderes que desenvolvem atividades nessa área. Algumas considerações para reflexão:
1) Definindo o alvo – Focalize os jovens e adolescentes especificamente no planejamento das atividades. Muitos líderes reclamam que os cultos da mocidade estão vazios, mas, na realidade, quando divulgam o evento e convidam toda a igreja, acabam realizando um culto no sábado igual ao culto de domingo. É melhor ter poucos, mas ter um foco específico de evangelização. Jovem traz jovem, adolescente traz adolescente. Logo o crescimento acontecerá, se objetivarmos o nosso alvo.
2) Mude a rotina – Não precisamos necessariamente ter aquela liturgia específica, como: oração inicial; leitura bíblica; 30 minutos de louvor; 40 minutos de pregação; oração final. Podemos mudar essa rotina: iniciamos com uma dinâmica de “quebra-gelo”; duas canções de louvor animadas; música-solo com as pessoas sentadas; duas canções de adoração; leitura e explicação da Bíblia; um clip reflexivo; oração; e, finalmente, uma canção alegre para encerrar. Além de mudarmos a liturgia, também podemos fazer programações diferentes: cultos temáticos, entrevistas, debates bíblicos, discussão de filmes, etc.
3) Troque os bancos pelas cadeiras – Ao invés dos bancos comumente usados na igreja, podemos usar cadeiras; ao invés de fileiras, podemos organizar um círculo. Quando se trabalha com um pequeno grupo, é melhor fazer um círculo, pois temos um ambiente mais participativo. No domingo, geralmente não se permite fazer quaisquer perguntas ou não são abertas possibilidades de alguns dos presentes tirarem suas dúvidas. No culto jovem, ao contrário, é possível abrir um espaço para que isso seja feito.
4) Às vezes, saia do templo – Muitos dirigentes não saem do templo devido ao conforto e às facilidades eletrônicas, como os microfones e as caixas de som. Jovens e adolescentes gostam de mudança de ambiente. Podemos fazer o culto ao ar livre, na praça ou na rua. Na IPI de Cuiabá, temos, na frente do templo, um espaço bastante agradável. Sempre que possível, nós o utilizamos nas programações da mocidade.
5) Use dinâmicas – A psicologia pode nos ajudar em relação a dinâmicas de grupo. Podemos iniciar com um quebra-gelo e, assim, animarmos a “galera” desde o início. Também existem dinâmicas apropriadas para temas variados. Vale a pena investir tempo e estudar o assunto.
6) Use recursos áudio visuais – É indiscutível a importância do data-show na atualidade. Podemos utilizá-lo para apresentar clips, fotos, filmes, letras de músicas, power-point das pregações com imagens ilustrativas, etc.
7) Mensagem curta – Hoje estamos na era da velocidade, tanto em relação às atividades do cotidiano, quanto em relação ao processamento do conhecimento. As propagandas da televisão, em 30 segundos, conseguem transmitir uma mensagem convincente. Podemos diminuir o tempo da pregação e deixá-los com “água na boca”, ao invés de começarem a se levantar para beber água. Os estudiosos falam que depois de 15 minutos não conseguimos apreender informações com a mesma profundidade.
Com certeza, temos outras idéias sendo usadas em nossas igrejas. Deus nos ajude a desenvolver um trabalho profícuo com a juventude presbiteriana independente.
O Rev. Daniel é pastor auxiliar da IPI de Cuiabá, MT (www.pastordanieldutra.blogspot.com)
(O Estandarte conta com 9 assinantes na Igreja de Cuiabá)
Canal: O Estandarte - Agosto 09</>
Enviado por: Portal da IPI do Brasil
Data: 26/08/2009
Wednesday, July 15, 2009
SE VOCÊ NÃO PODE MUDAR O MUNDO, MUDE O MUNDO EM VOCÊ.
Rm. 12.1-2
Nos últimos anos o mundo progrediu extraordinariamente. De passivo e estático se transformou em algo extremamente dinâmico; um progresso que revolucionou todos os setores da vida. Porém, com isso, o homem moderno passou a se julgar um superdeus, não havendo mais sentido para Deus existir.
Amigos e irmãos, o mundo evolui, transforma-se sob todos os aspectos, mas isso não é motivo para negar a grandeza infinita de Deus, que se manifesta em todo o universo e no coração de cada pessoa, que move seu Espírito continuamente promovendo-nos como pessoas, transformando nossas vidas, ajudando-nos a crescer e a viver para o seu louvor.
O homem, quanto mais corre, quanto mais conquista, mais acumula dores e medos; vive num mundo onde mais se descobrem técnicas, mais se toma inseguro, passageiro; o novo logo já é ultrapassado, e se sobrepõe modismos sobre modismos.
Como cristão, somos resgatados deste mundo que mais parece um torvelinho onde o homem perde o sentido da vida, e recebemos uma nova vida, fruto de um sacrifício de sangue e sustentada pelas misericórdias de Deus; somos transformados e passamos a fazer parte de um único povo de Deus. Assim resta-nos louva-lo, dedicar agradecidamente todo o nosso ser em uma adoração apropriada que é o nosso culto racional, termos uma atitude mental determinada e remodelada pelo conhecimento do evangelho, mediante o poder do Espírito, e não pelas modas passageiras desta época.
Como cristãos, somos ainda chamados a ser sal e luz deste mundo, manifestando a glória de Deus e sendo instrumentos de transformação do mundo que nos rodeia e que se perde em sua própria ânsia. Somos chamados a mostrar o sentido da vida a todos os que não conseguem encontra-lo.
Mas é preciso tomar cuidado, pois, às vezes, nós também somos vítimas deste mundo contraditório que distorce o plano de Deus. Temos que não ser tão atrevidos a dizer que no mundo não há êxitos, nem cegos a ponto de não vermos os fracassos. Temos que transformar o nosso mundo para sermos capazes de mostrar a humanidade que ela precisa voltar a origem: Deus. Só assim o mundo caminhará o seu ritmo normal. Nossa oração precisa ser: Senhor, santificai este meu mundo. Liberta-me do egoísmo e ensina-me a pensar nos outros, a me indignar com a miséria, a não me conformar com minha saúde enquanto muitos sentem dor. O mundo chora, desespera-se, portanto, Senhor, ilumina os meus passos, afim de que o mundo se torne melhor ao menos um pouco, por que eu passei por ele.
Tuesday, May 12, 2009
DICIONÁRIO CRENTÊS
O mundo evangélico, desde os seus primórdios, tem os seus hábitos, costumes e jargões.
Pensando em catalogar essas expressões "igrejeiras", criamos o dicionário crentês. Um local onde você poderá contribuir escrevendo alguma palavra ou expressão conhecida na sua comunidade evangélica. As palavras traduzem algo peculiar do reino e são usadas no meio no qual você convive mas, muitas vezes, as pessoas que nos visitam, não entendem nada do que falamos. Portanto, vamos traduzir:
Para contribuir clique aqui
A
- Arrepender-se = Mudança de hábitos
- Atravessar um deserto = Nada acontece, período de dificuldade onde o tempo de espera parece mais longo do que realmente é
- Avivalista = Preletor que fala com ousadia e mobiliza a todos com suas mensagens de poder
C
- Cair na unção: Está cheio de poder do Espírito Santo
- Canela de fogo = A sintonia com Deus faz a Pessoa ter autoridade e poder para orar e auxiliar os demais
- Casa do oleiro = Local de Reuniões a casa onde os evangélicos se reúnem para fazer o culto
- Cheio de fogo = Quando a sintonia em que pessoa tem com Deus faz ela produzir ações poderosas
- Coisas do mundo = Coisas vãs, que perecem, que não edificam, passageiras não alimenta o espírito
- Coração de Pedra = Pessoa difícil de se convencer de suas falhas, erros etc.
D
- Deixa fluir = Abra-se para acontecer, tire suas resistências humanas, envolva-se
- Deixar o Egito = Deixar para trás a vida antiga com seus hábitos e costumes e provações
- Descer na presença de Deus = Humilhar-se, reconhecer que você é totalmente dependente dele
- Descer o cajado = Dar um corretivo
- Desviado= Pessoa que abandonou a prática evangélica
- Deus de fogo = Deus poderoso
- Deus proverá = Deus irá providenciar algo que você espera
- Deus usou um vaso = Deus falou com alguém através de uma pessoa ungida (escolhida)
- Deus vai pesar a mão = Você vai pagar pelo que fez
E
- Em pecado = A pessoa que está de modo errôneo, fazendo coisas que Deus condena em sua palavra e que ainda não houve arrependimento e vontade de não fazer mais
- Endemoninhado= Pessoa debaixo do domínio de forças malignas do mau
- Entrar no prumo = Endireitar-se das atitudes errôneas
- Espada de fogo = A Bíblia como a palavra poderosa de Deus
- Está fora da visão = Não está enxergando no plano espiritual, está pensando em seus próprios interesses ou interesses alheios à vontade de Deus
- Estar na carne = Quando a pessoa age pensando simplesmente em satisfazer seus desejos
- Estar no Espírito = Guiado por Deus, abrindo mão de sua própria vontade e vivendo para agradar a Deus em tudo
F
- Falar em línguas = Expressar o dom que foi dado por Deus, falando em línguas
- Fariseu = Expressão utilizada na Bíblia para referir-se aos doutores da lei, aqueles que se consideravam religiosos acima de todos e donos da verdade, os que evidenciavam suas obras mostrando-as para todos, mas eram hipócritas e incrédulos.
- Ficar no óleo = Tempo de espera para receber ou alcançar algo
- Fogo = Significa o poder do Espírito Santo de Deus
G
- Gospel = Silogismo de Evangélico
- Graça = Favor de Deus, do qual não temos merecimento
I
- ímpio = Pessoas que não são crentes, que não tem fé e vivem ao seu bel prazer, na independência de Deus como Criador
- Inimigo = O Diabo, Satanás
- Ir ao Culto = Ir a reunião de evangélicos
L
- Lavado e remido no sangue do Cordeiro = Purificado por Jesus de todas as suas ações errôneas (na bíblia chamado de “ O Cordeiro de Deus” que morreu na cruz e derramou seu sangue)
M
- Maná = Algo bom alimento do céu. Deus sustentou o povo quando saiu do Egito e atravessou o deserto, dando-lhes maná.
- Ministério = Chamado, Dom, Talento exercido pelo cristão e que se traduz em atividade ou ações específicas na congregação ou no meio onde vive.
- Move as águas = É um pedido para que Deus manifeste a sua presença através de seu Espírito Santo
- Mundo Espiritual = Plano espiritual onde as coisas são enxergadas pelos olhos da fé em Deus e na sua palavra
N
- Nadar no espírito = Pautar todas as ações em conformidade com a vontade divina, viver e respirar e exalar isto.
- Não deixa faltar o Azeite = Não deixe de estar ligado nas coisas de Deus, leitura da bíblia, oração, Cânticos
O
- Obra = Ação prestada à igreja ou a qualquer serviço evangélico
- Ô Glória = Expressão utilizada para elogiar a Deus ou a Jesus nas reuniões evangélicas pentencostais.
- Obra = Ação prestada à igreja ou a qualquer serviço evangélico
Q
- Queima Jesus = Limpa Jesus, tira o mau
R
- Repleplé = Reunião avivada onde as pessoas falam línguas direcionadas pelo Espírito de Deus
S
- Salvação = Alcançar de Deus uma vida nova, limpa das coisas ruins passadas com a promessa de vida eterna
- Se converteu = Tornou-se Cristão
T
- Tá amarrado = Expressão utilizada para anular as forças do mau, das trevas e situações contrárias
- Toma posse da benção = Ter fé que Deus atendeu o seu pedido e você já recebeu o que pediu
- Torpeza = Indecências
- Tribulação = Período de dificuldade e lutas
V
- Varão = Homem
- Varão de fogo = Pessoa espiritual, cheia de Deus e do seu poder manifesto em sua vida
- Vaso = Pessoa dedicada a Deus e usado por ele com manisfestações sobrenaturais
- Vigia irmão = Fique atento, o avisado vê o mau e desvia dele
- Varão = Homem
- Varão de fogo = Pessoa espiritual, cheia de Deus e do seu poder manifesto em sua vida
- Vaso = Pessoa dedicada a Deus e usado por ele com manisfestações sobrenaturais
- Vigia irmão = Fique atento, o avisado vê o mau e desvia dele
Monday, April 27, 2009
AS PROMESSAS DE CRISTO E A MISSÃO DA IGREJA
João 14.1-6, 15-18
INTRODUÇÃO
Quando falamos de missões muitas vezes nos referimos ao cumprir o chamado de Deus, ao mandamento de Cristo em Mateus 28; outras vezes enfatizamos o trinômio orar-contribuir-ir; lembramos-nos da disposição de Isaías (eis–me aqui Senhor). Citamos dezenas de textos a esse respeito. Há ainda um infindável número de publicações (jornais, revistas e livros) contando a história, ensinando técnicas e métodos.
Mas, essa noite não quero tratar sobre nada disso especificamente. Quero na verdade falar das promessas de Cristo para o seu povo e como isso reflete na nossa vida como cristão e missionários. Quero tratar das promessas de Jesus, palavras que trouxeram conforto e fortalecimento aos discípulos. Promessas que devem nos inspirar a fazer missões, pregar o Evangelho de Cristo.
O texto que leremos se encontra e João capítulo 14, nos versículos 1 ao 6 e depois do 15 ao 18. Esse texto é o início do discurso de despedida de Jesus. Este, diante de seu maior sofrimento, às vésperas da sua morte na cruz, discursa em fortalecimento aos apóstolos e profere promessas maravilhosas para eles. Nas suas palavras se encontram alguns versículos mais conhecidos do cristianismo e revelam verdades fundamentais do agir de Cristo com relação à humanidade.
Leiamos todos. (Jo 14.1-6, 15-18)
“VOU PREPARAR-LHES LUGAR...” (VER. 2b)
A primeira promessa de Jesus neste texto é a de que o mesmo iria para o céu prepara um lugar para cada um de nós. Ele morreria numa cruz para nos salvar e, ressurreto, voltaria para o céu, lugar de muitas moradas, e lá prepararia um lugar para nós. E isso assim se deu!
Como cristão temos certeza de uma morada celeste, e essa certeza se torna um forte motivo missionário, tanto de gratidão a Deus pela mesma como para ver o resto da humanidade nessas moradas. Como igreja de Cristo, portadora de sua palavra, temos que anunciar essa verdade. É missão da igreja falar dessa morada celeste, e mais, da vida eterna que vem junto com ela. Pregar essa palavra é também anunciar uma outra promessa: a de que todo aquele que nele crê terá a vida eterna, isso não vem de homens nem de denominações eclesiásticas, é Dom de Deus, anunciado pelo seu filho Jesus. A igreja precisa proclamar essa promessa.
Porém, essa promessa não vem isenta de responsabilidade. Antes e anunciar essa promessa maravilhosa, Cristo disse: “Creiam em Deus, creiam também em mim.” É uma necessidade crer em Deus e no seu filho. Sem fé nele nada é possível. Chegar ao céu passa por crer em Jesus como o único capaz. É necessário amar e seguir a Cristo como o único caminho.
“Na casa de meu pai há muitas moradas”, diz a promessa, mas o caminho de chegar a esses aposentos é estreito e a porta apertada. “eu vou preparar-lhes lugar”, completa a promessa. Mas para chegar até lá é preciso seguir o caminho, e Cristo é o caminho; é preciso ver a verdade, e Cristo é a verdade; é preciso nascer de novo, e Cristo é a nova vida. Você crê nisso? Enquanto igreja, estamos entendendo a Missão como anúncio dessa promessa?
“E LHES DARÁ OUTRO CONSELHEIRO...” ( ver. 16)
Cristo vai nos preparar lugar, mas não nos deixa desamparados. “E eu pedirei ao pai e ele lhes dará outro conselheiro.” é a segunda promessa. Cristo não deixa só um instante sequer. Essa palavra se cumpre de Pentecostes aos dias de hoje. Cristo habita em nós através do Espírito Santo de Deus, o Conselheiro, o Advogado, aquele que intercede por nós, que nos faz entender o propósito de Deus para as nossas vidas. O Espírito Santo não apenas nos faz ver o nosso erro, ele nos leva ao arrependimento e traz de Deus o perdão. É Ele quem nos lava a fazer Missões.
Mas essa promessa também não vem só. As palavras de Cristo nos versículo 15 e 16 são: “Se vocês me amam, obedecerão ao meu mandamento. E eu pedirei ao pai...” não basta crê, é preciso obedecer, não por obrigação, mas por amor.
Ide, pregai o evangelho, manda o Senhor, e devemos fazer por amor a Cristo. Mas a promessa de Cristo aqui nos mostra mais. O Espírito prometido é um espírito que opera. É Ele quem convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Nossa missão é pregar, mas é o Espírito quem opera nos corações dos homens e transforma-os. O Espírito prometido é um espírito que age. No dia de Pentecostes aqueles homens, cheio do Espírito, pregaram a palavra com tanto entusiasmo que muitos achavam que eles estavam bêbados. O Espírito prometido é um espírito de verdade, que está conosco para sempre, que nos faz ver a verdade e nos leva para a Missão.
“NÃO OS DEIXAREI ÓRFÃOS, VOLTAREI PRA VOCÊS.” (ver. 18)
Essa é sem dúvida a mais maravilhosa promessa de Cristo. Ele voltará! Nisto está baseada toda a vida da igreja cristã. Tudo o que fazemos ou pensamos tem como base o fato inegável de que Cristo voltará para buscar os seus. Nos dois trechos que nos lemos isso fica claro. No versículo 3 Jesus fala: “E se eu for e lhes prepara lugar, voltarei e os levarei para mim.” E repete no 18: “Não os deixarei órfãos, voltarei para vocês.” Essa é sem duvida uma promessa maravilhosa e, como igreja, ela é o motivo principal de nossa missão. Jesus voltará quando sua palavra for pregada a toda a humanidade.
Nos dias de hoje cumprir essa missão se torna urgente. Temos vislumbrado acontecimentos profetizados por Jesus quando falou do fim dos dias. A volta de Cristo será um acontecimento inesperado, como um ladrão que chega de repente.
Como igreja, temos de estar preparados para esse dia, e temos também que anunciar essa promessa ao mesmo tempo maravilhosa e terrível. Temos de pregar o evangelho do arrependimento para que ninguém se use da desculpa de não saber, para que o sangue daqueles que não crerão não seja cobrado de nossas mãos.
Cristo em breve voltará, e como encontrará você? De braços cruzados? Esperando sentado o seu retorno?
CONCLUSÃO
Concluindo. A Palavra está colocada. As promessas feitas aos discípulos a dois mil anos estão aí; continuam válidas para os nossos dias. Como nós iremos encará-las? Nós podemos acreditar ou não nelas; obedecer ou não os mandamentos; trabalhar ou não enquanto o dono da seara não vem. Mas um único fato é inegável: um dia, todos nós, crentes ou não, estaremos diante do grande trono branco, sendo julgados pelo que fizemos ou deixamos de fazer. Quem será o nosso advogado? O Espírito Santo que consola ou as nossas desculpas que condenam? Quem será o nosso corretor de imóveis? Cristo, que prepara moradas celestes ou o Diabo que quer a todos tragar?
Pensemos nisso nessa noite e que Deus abençoes a todos nós.
Monday, April 13, 2009
O SEPULCRO E SEU SIGNIFICADO PARA NÓS
por Clepson de Oliveira Brito
Introdução
Das datas cristãs que hoje comemoramos em festa nenhuma parece ter perdido tanto o sentido como a páscoa. Assim como as luzes tem escurecido o natal, o chocolate tem deixado amarga a páscoa.
A páscoa, como ponto máximo de uma semana repleta de dias “santos” a muito deixou de ser uma celebração a vida, a restauração da condição humana e a libertação do povo preso. Tornou-se meramente uma boa data para o comércio, tempo de presentes fúteis e bebedices.
A Semana Santa perdeu o sentido de período de sacrifício e de reflexão. Até mesmo o tradicionalismo irracional envolto nesse dias já não é mais praticado.
Vivemos tempos em que o que importa é a satisfação pessoal e os prazeres momentâneos. Muitos nem sabem o significa páscoa, e só conseguem associar esta palavra ao coelho e aos ovos de chocolate.
Outros ainda, quando se aproxima perto do período da páscoa procuram estarem presentes em alguma igreja para compensar a falta de fervor religioso acumulado em mais um ano. Estes, apesar de aparentarem certo conhecimento sobre o significado da palavra, estão tão longe quantos os outros da essência desses dias, do seu real significado, da sua verdadeira natureza.
A Páscoa, na verdade, trata-se de uma festa pagã que se incorporou ao Catolicismo Romano e foi usada como um substituto para as comemorações judaicas da Passagem, dos Pães Ázimos e dos Primeiros Frutos — todas celebradas em três dias consecutivos durante a primeira semana do ano novo judaico. Deus pretendia que essas comemorações fossem "tipos" do futuro Messias e foram todas cumpridas à risca como "antitipos" na morte, sepultamento e na ressurreição de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Para nós há um sentido claro: a Páscoa traduz um sepulcro vazio, um sepulcro que se tornou a base de toda a nossa fé, pois esse sepulcro vazio aponta a ressurreição de Cristo como um fato inegável. Muito podem negar a ressurreição de Cristo, mas não conseguem esconder o fato de que aquele túmulo está vazio.
Irmãos, não pretendo falar diretamente sobre o Cristo Ressurreto, mas dos significados que o sepulcro tem para nós, comparando a nossa vidas com os diversos estados do sepulcro.
Leiamos o que a bíblia nos diz sobre o sepulcro de Jesus.
1 E, NO fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro.
2 E eis que houvera um grande terremoto, porque um anjo do Senhor, descendo do céu, chegou, removendo a pedra da porta, e sentou-se sobre ela.
3 E o seu aspecto era como um relâmpago, e as suas vestes brancas como neve.
4 E os guardas, com medo dele, ficaram muito assombrados, e como mortos.
5 Mas o anjo, respondendo, disse às mulheres: Não tenhais medo; pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado.
6 Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como havia dito. Vinde, vede o lugar onde o Senhor jazia.
7 Ide pois, imediatamente, e dizei aos seus discípulos que já ressuscitou dentre os mortos. E eis que ele vai adiante de vós para a Galiléia; ali o vereis. Eis que eu vo-lo tenho dito.
8 E, saindo elas pressurosamente do sepulcro, com temor e grande alegria, correram a anunciá-lo aos seus discípulos.
9 E, indo elas a dar as novas aos seus discípulos, eis que Jesus lhes sai ao encontro, dizendo: Eu vos saúdo. E elas, chegando, abraçaram os seus pés, e o adoraram.
10 Então Jesus disse-lhes: Não temais; ide dizer a meus irmãos que vão à Galiléia, e lá me verão.
1 – O SEPULCRO CHEIO
Jesus, o grande pregador, seguido por muitos, estava morto. Essa era a novidade da manhã de domingo quando Maria Madalena e outra Maria foram ao sepulcro. A missão delas era ungir o corpo de Jesus, que naquele momento, ao terceiro dia, certamente já estaria entrado em estado de decomposição.
Jesus, o profeta, seguido por muitos estava morto. A desesperança e o medo se apoderaram de seus discípulos. Estes se escondiam temendo destino semelhante. Alguns fugiram; Pedro o negou. A morte era a terrível realidade do fim.
Jesus, o líder libertador, seguido por muitos estava morto. Há que diga que Judas Iscariotes o traiu pensando que ele se rebelaria provocando a revolução que libertaria o seu povo. Agora, a morte punha fim à espera de libertação.
O sepulcro estava cheio. O corpo de Jesus estava nele sepultado e com junto com ele a esperança de milhares de pessoas.
O sepulcro cheio representa a vitória da morte e a morte representa a vitória do pecado, pois como diz a bíblia “o salário do pecado é a morte”. O sepulcro cheio simboliza a vitória de tudo aquilo que quer nos destruir. Representa o fim dos sonhos, da esperança e da crença. Foi assim para aqueles homens que perderam tudo com a morte de Jesus: liberdade, esperança, ideais e a fé.
Certamente o Diabo estava feliz com aquela cena: o Filho de Deus morto e sepultado. Era a sua vitória sobre o mundo.
O sepulcro estava cheio: cheio de morte, cheio de podridão, cheio de fracasso. Um corpo em decomposição, cheirando mal e sem sentido, pois já não existia enquanto ser. Sem vida, sem sentido, sem razão.
O que tudo isso nos diz hoje em dia? Que sentindo tem o sepulcro cheio para nós?
Irmão, muitas vezes estamos como este sepulcro cheio. Quantos de nós já não esteve sem espaço para a vida porque estávamos cheio de pecado e podridão? Quantos não conseguem ver um futuro porque uma grande pedra fecha a sua porta? Quanto não tem uma via sem sentido, sem razão? Quanto não estão sentindo o cheio de podre de sua própria decomposição e buscam na bebida e nas drogas um ungüento para as suas dores? Quantos por causa do sepulcro cheio não tentam fugir desta vida através do suicídio?
Estamos em mundo de sepulcros cheios. Parece não haver esperanças, possibilidades de libertação. Um mundo sem vida, sem luz. Um mundo de um deus morto.
O sepulcro de muitos está cheio, irmão, e nós as vezes só temos levado especiarias para ungir os corpos em decomposição, muitas vezes preocupados com que irá tirar a grande pedra para nós.
O mundo jaz no maligno. O que jaz é o que está morto. O mundo está morto, apodrecendo em um sepulcro cheio, e nós estamos como aqueles que choravam diante do túmulo de Lázaro: apenas choramos, sem esperanças de nova vida; falamos palavras sem sentido, que para nós parecem importantes, mas não trazemos a vida de volta.
Sem esperanças, sem libertação, sem vida! Um sepulcro cheio!
2 – O SEPULCRO CAIADO
O apóstolo João, escrevendo sobre o sepultamento de Jesus diz: “Tomaram, pois, o corpo de Jesus e o envolveram em lençóis com as especiarias, como os judeus costumam fazer, na preparação para o sepulcro. E havia um horto naquele lugar onde fora crucificado, e no horto um sepulcro novo, em que ainda ninguém havia sido posto. Ali, pois (por causa da preparação dos judeus, e por estar perto aquele sepulcro), puseram a Jesus.
O corpo de Jesus foi sepultado em um sepulcro novo. Ser novo significa que esta sem uso. Um sepulcro novo estava vazio e depois foi cheio do corpo de Jesus.
Jesus, pouco antes de sua prisão e posterior crucificação fez um intenso ataque cheio de acusações contra os fariseus e mestres da lei narrado no capítulo 23 de Mateus, de onde quero destacar os versículos 27 e 28:
“27 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia.
28 Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade.”
Sepulcros caiados. Essa é uma acusação de Jesus aos religiosos da sua época.
Um sepulcro caiado é algo que parece novo e limpo, mas na verdade não passa de mera aparência. Parece aos de fora bonito e preparado para algo especial. Mas ao adentrarmos no seu interior vemos toda a imundice.
Jesus nesse texto acuso os religiosos de sua época de hipócritas, atores que encenam uma vida de santidade e devoção, mas que na verdade estão mortos em sua própria iniqüidade. São sepulcros cheios de todo tipo de imundice. São bonitos por fora, mas estão cheio de ossos secos. Por fora parecem justos, mas por dentro estão cheio de hipocrisia e maldade.
Diferentes do sepulcro de José de Arimatéia, estes não estão prontos para receber a Jesus. Não estão preparados para serem lembrados como base da fé de milhões.
Sepulcros caiados não servem para Deus realizar a sua obra, pois estão fechados por uma grande pedra para não deixar sair seu odor desagradável. Estão sempre fechados para receber as “Marias Madalenas” da vida.
Sepulcros caiados estão tão cheios como todos os demais, mais se ufanam de serem mais bonitos que os demais. Acham-se melhores e mais especiais, mas continuam cheio de morte.
Irmãos, o sepulcro caiado tem algo a nos ensinar também. Quantos não têm vivido uma vida de aparências, um cristianismo de superficialidades? Quanto não se ufanam de serem melhores porque seguem um religião ou estão sempre na igreja? Estão nos cultos dominicais, oram alto e têm a bíblia decorada em sua cabeças, conhece a fundo a palavra, são mais instruindo e falam com eloqüência invejável, mas nunca sentiram de verdade Cristo entrar em sua vidas. Cristo não entrou neles parque não deixaram espaços para ele.
Vestem-se bem e aparentam honestidade, mas estão cheio de engano e mentiras. São respeitados na sociedade, mas tramam maldades ao deitarem. Estão cheios de inveja e ódio. Acusam o mundo de pecador e fecham as portas do céu para aqueles que não concordam com o seu modo de agir. Não estão abertos ao drogado, à prostituta, ao homossexual.
Sepulcros caiados não são nada mais do que sepulcros cheios e um sepulcro cheio é sinal de morte!
3 – O SEPULCRO VAZIO
Mas irmão, a história não acaba por aqui. Jesus não parou no discurso contra os fariseus. Ele não apenas fala, ele age. Jesus não parou no choro diante do sepulcro de Lázaro. O fim da sua vida aqui na Terra não foi dentro de um túmulo.
Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro, tristes e frustradas. Preocupadas em como abriria o túmulo de Jesus. As suas forças não eram suficientes para retirar a pedra da entrada. Certamente angustiadas ao imaginarem o estado em que se encontraria o corpo de seu mestre. Com medo dos soldados que ficaram de vigia.
Com medo, triste, angustiada, frustrada. Madalena estava cheia, mas tudo isso se esvaiu ao verem o sepulcro aberto. O terror da cena é narrado em Lucas quando ele diz que as mulheres ficaram perplexas, sem saberem o que fazer quando iram o túmulo vazio.
Irmãos, quantas vezes não estamos oferecendo especiarias a um deus ainda morto.
A visão do sepulcro vazio pode ser forte demais para muitos de nós, mas sem esse estado não podemos ver a glória de Deus.
O sepulcro vazio é a condição para Jesus entrar. É a condição para termos uma vida verdadeira e com real sentido. Não pasta adornar a entrada, pintar a frente, disfarçar o mau cheiro. O sepulcro precisa estar aberto, vazio, para que possamos ter vida. Sepulcro cheio é morte, caiado não serve. O sepulcro vazio é a base de nossa fé porque aponta para a vida eterna que há em Cristo
Jesus, ao tirar Lázaro do seu túmulo e após ele mesmo ressuscitar do mortos sinalizou para o fato de que muitos túmulos seria vazios.
Irmãos, é preciso que nos esvaziemos de tudo aquilo que cheira a morte, de tudo aquilo que nos apodrece, que nos deixa em estado de decomposição. É preciso que nós nos esvaziemos do pecado, da imundícia, da hipocrisia e maldade. Quando nos permitimos à ação da Palavra de Deus os ossos secos ganham carne e o Espírito de Deus sopra vida outra vez em nós.
O sepulcro vazio transformou covardes em heróis, pescadores e pregadores cheios de poder. O sepulcro vazio transformou o negador e líder fervoroso, transformou pessoas simples em servos de Deus jamais esquecidos na história.
Porém, sepulcro vazio requer renuncia, daquilo que somos e temos. Entrega total das nossas vidas. Para o sepulcro ser vazio precisou do sacrifício de Jesus. O sepulcro vazio requer que nos tornemos anunciador desta mensagem. O sepulcro vazio vai além da pintura exterior, exige não somente uma mudança de comportamento, mas um renovo de vida, uma transformação da mente e do coração, uma limpeza do interior para que o exterior também fique limpo. Exige ver mais do que o material: acreditar no sobrenatural. Exige fé nAquele que vive e por isso mesmo o sepulcro está vazio.
Você está disposto hoje a se esvaziar e a deixar Deus agir em você. Está disposto a deixar Cristo entrar em você? Está pronto a ser mais do que um sepulcro caiado. Está pronto a reconhecer a verdadeira páscoa?
Mas o sepulcro vazio não requer só sacrifícios de nós. Aquele estado fez Madalena ver o próprio Cristo em um novo corpo glorioso e ouvir uma promessa demais maravilhosa: “vão e lá me verão!”.
Jesus hoje diz para você: “Se esvazie, venha a mim e me verão.”
Conclusão
Filipe e o Ovo da Páscoa [1]
Uma professora ensinava uma aula de alunos do terceiro grau. Nesta aula havia uns 10 alunos, todos na faixa de oito anos.
Um dos seus alunos era um menino chamado Filipe. Filipe tinha síndrome de Down. Apesar de aparecer feliz, Filipe mostrava cada vez mais sua sensibilidade. Ele se sentia diferente dos outros alunos.
Se vocês conhecem algumas crianças de 8-10 anos vocês devem saber que as vezes elas podem ser um pouco insensíveis. É justamente nesta idade também que a criança está querendo cada vez mais ser aceito pelos seus amigos.
Infelizmente, Filipe, apesar dos esforços da professora, não foi aceito pelos outros meninos. Mesmo assim, a professora fez tudo possível para que Filipe se sentisse uma parte da turma.
Filipe não escolheu ser diferente. Ele não queria ser diferente dos outros alunos mas ele era. E todos sentiram isso.
Esta professora foi bastante criativa. Um ano, durante a páscoa ela levou para a sua aula dez ovos plásticos vazios. Cada aluno iria receber um ovo. O objetivo era que cada aluno saísse para o jardim e procurasse um símbolo de vida renovada, de vida nova, um símbolo da Páscoa. Depois, eles iam misturar todos os ovos e abri-los para ver o que tinha dentro.
Todos os alunos saíram correndo para achar algo para colocar dentro do seu ovo. Em pouco tempo, todos voltaram e depositaram seus ovos numa mesa. Daí a professora começou a abrir os ovos.
Ela abriu um e dentro tinha uma flor. Todas as criança ficaram admiradas. Ela abriu outro e tinha dentro uma borboleta. As meninas disseram "Ai que lindo! Que bonito!" Os meninos não disseram muita coisa , por que meninos são assim, não é?
A professora abriu um terceiro ovo, mas não tinha nada dentro. Imediatamente todos começaram a rir e gritar "Isso não está certo. Que coisa boba. Alguém errou!"
Foi quando a professora sentiu alguém puxando sua blusa. Ela olhou e viu que Filipe estava ao seu lado.
"É meu" disse Filipe. "É meu." As crianças começaram a rir e dizer "Ai Filipe, você nunca faz nada certo! Você tá sempre por fora!"
"Eu fiz certo, eu fiz" disse Filipe. "É o túmulo. O túmulo está vazio!"
Toda a aula ficou em silencio. Ninguém disse nada. E você pode acreditar, ninguém nunca mais disse a Filipe que ele era estúpido ou que fazia sempre as coisas erradas. De repente Filipe foi aceito pela turma.
Naquele mesmo ano Filipe faleceu. Sua família sabia por muito tempo que ele não ia viver uma vida longa.
Muitas coisas estavam erradas com seu pequeno corpo. No final de Julho, com uma infecção que qualquer um dos seus amigos teriam sobrevivido, Filipe faleceu. Seu velório foi realizado na igreja que os pais dele freqüentavam.
No dia do seu velório, nove crianças de oito anos de idade foram para a frente da igreja e colocaram em cima do seu caixão um ovo de plástico - vazio.
Como o menino Filipe, nosso Senhor Jesus Cristo foi visto e tratado por todos que o conheceram como alguém diferente.
Ele também não foi compreendido. Não foi entendido. Ele foi rejeitado. Foi perseguido. Jesus também deixou uma herança - algo vazio - seu túmulo.
Quando você pensar sobre seu próprio túmulo, com toda sua finalidade, com todo o poder que ele tem sobre você, com toda sua humilhação, lembre-se de uma coisa. Um dia seu túmulo estará vazio - graças a Jesus.
Que Deus nos abençoe a todos.
Amém!
[1] de Harry Pritchet Jr. em Jornal de Teologia de St. Luke's (St Luke's Journal fo Theology) (Junho 1976) citado em "Um Guia de Oração Para Todo o Povo de Deus" (A Guide to Prayer for All God's People), Nashville, Tenn, E.U.A.: Upper Room Books, 1990. pp. 326-329.